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EROS E PSIQUÊ
Um dos Anjos mais conhecidos entre as lendas da humanidade é
Eros ou Cupido. Algumas vezes representado por uma criança
alada, outras por um rapaz. Mas a sua representação
maior está no seu simbolismo. E a Eros está ligada
Psiquê (a Alma), que em sua lenda nos traz a imagem da
união do amor e nossa alma.
Psiquê era umas das três filhas de um rei, todas
belíssimas e capazes de despertar tanta admiração
que muitos vinham de longe apenas para vê-las.
Com todo este assédio, logo as duas irmãs de Psiquê
se casaram. Ela, no entanto, sendo ainda mais bela que as irmãs,
além de extremamente graciosa, não conseguia um
marido para si, pois todos temiam tamanha beleza.
Desorientados, os pais de Psiquê buscaram ajuda através
dos oráculos, que os instruiu a vestirem Psiquê
com as roupas destinadas a seu casamento e deixá-la no
alto de um rochedo, onde um monstro horrível viria buscá-la.
Mesmo sentindo-se pesarosos pelo destino da filha, seus pais
seguiram as intruções recebidas. Assim que a deixaram
no alto de uma montanha, um vento muito forte começou
a soprar e a carregou pelo ares com delicadeza até o fundo
de um vale. Exausta, Psiquê adormeceu.
Quando acordou, se viu num maravilhoso castelo de ouro e mármore.
Maravilhada com a visão, percebeu que ali tudo era mágico...
as portas se abriam para ela, vozes sussurravam sobre tudo o
que ela precisava saber.
Quando chegou a noite, deitada em seus aposentos, percebeu ao
seu lado a presença de alguém que só poderia
ser o seu esposo predestinado pelo oráculo. Ele a advertiu
de que lhe seria o melhor dos maridos, mas que ela jamais poderia
vê-lo, pois isso significaria perdê-lo para sempre.
Psiquê concordou. E assim foram seus dias, ela tinha tudo
que desejava, era feliz, muito feliz, porque seu marido lhe trazia
uma sensação do mais profundo amor e lhe era extremamente
carinhoso.
Com o passar do tempo, porém, ela começou a sentir
saudades de seus pais e pediu permissão ao marido para
ir visitá-los. Ele relutou, os oráculos advertiam
de que esta viagem traria péssimas consequências,
mas ela implorou, suplicou... até que ele cedeu. E da
mesma forma que a havia trazido para o palácio, levou-a
à casa de seus pais.
Psiquê foi recebida com muita alegria e levou muitos presentes
para todos. Mas suas irmãs ao vê-la tão bem,
se encheram de inveja e começaram a crivá-la de
perguntas a respeito de seu marido. Ao saberem que até
então ela nunca o tinha visto, convenceram-na de fazê-lo;
evidentemente que as intenções delas eram apenas
de prejudicar Psiquê, já que ela havia feito uma
promessa a ele.
Ao voltar para sua casa, a curiosidade tomou conta de seu coração.
Tão logo veio a noite, ela esperou que ele adormecesse
e assim acendeu uma vela para poder vê-lo.
No entanto, ao se deparar com tão linda figura, ela se
perdeu em sonhos e ficou alí, embevecida, admirando-o.
E esqueceu-se da vela que tinha nas mãos. Um pingo de
cera caiu sobre o peito de Eros, seu marido oculto, fazendo-o
acordar com a dor.
Sentido com a quebra da promessa da esposa, partiu, fazendo cumprir
a sentença do oráculo. Abandonada por Eros, o Amor,
sentindo-se só e infeliz, Psiquê, a Alma, passou
a vagar pelo mundo. Tanto sofreu e penas pagou, que deixou-se
por fim entregar-se a morte, e caiu num profundo sono. Eros,
que também sofria com sua ausência, não mais
suportando ver a esposa passar por tanta dor, implorou a Zeus,
o deus dos deuses, que tivesse compaixão deles. E com
a permissão deste, Eros tirou-a do sono eterno com uma
de suas flechas e uniu-se a ela, um deus e uma mortal, no Monte
Olimpo.
Depois deste casamento, Eros e Psiquê, ou seja, o Amor
e a Alma, permaneceram juntos por toda a eternidade.
(Agradecimentos à César Winter de Mello que nos
enviou esse conto.)
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