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A CAVERNA MÁGICA
Era
uma vez uma mulher que morava numa casinha modesta ao pé
de uma montanha onde havia uma grande floresta. Tinha um filho
a quem amava muito.
No solstício de verão, a mulher levou o filho para
colher os morangos maravilhosos que havia na floresta. Subiram
a montanha e chegaram a um lugar coberto dos morangos maiores,
mais vermelhos e mais saborosos que já tinham visto.
Colheram quantos puderam. Mas tão logo a mulher encheu
a cesta, viu se abrir a porta de uma grande caverna diante dela.
Enormes pilhas de ouro brilhavam no chão, e três
virgens brancas guardavam o tesouro.
- Entre, boa mulher - disseram as virgens brancas. - Leve quanto
ouro puder pegar de uma só vez.
A mulher entrou na caverna e, segurando o filho pela mão,
pegou um punhado de moedas de ouro e pôs no avental. Mas
o toque do ouro despertou uma enorme cobiça e, esquecendo
o filho, pegou mais dois punhados de moedas e saiu correndo da
caverna.
No mesmo instante ouviu um estrondo atrás dela e uma voz
trovejou:
- Mulher infeliz! Perdeu seu filho até o próximo
solstício de verão!
A porta da caverna se fechou e a criança ficou presa lá
dentro.
A pobre mulher torceu as mãos desesperada, chorou e implorou,
mas não adiantou, e ela foi para casa sem o filho. Voltou
todos os dias ao lugar, mas a porta nunca mais se abriu e ela
não conseguiu mais encontrar a caverna.
No ano seguinte, no solstício de verão, ela acordou
bem cedo e foi correndo ao lugar. Ao chegar encontrou a porta
aberta. As pilhas de ouro brilhavam no chão e as três
virgens quardavam o tesouro. Ao lado delas estava o menino com
uma maçã vermelha na mão.
- Entre, boa mulher - as três virgens convidaram. - Leve
quanto ouro puder pegar de uma só vez.
A mulher entrou na caverna e, sem sequer olhar para o ouro, agarrou
o filho e tomou-o nos braços.
- Boa mulher - disseram as três virgens -, leve o menino
para casa. Nós o devolvemos a você, pois agora seu
amor é maior que a cobiça.
(Extraido do Livro das Virtudes de Willian J. Bennett - Editora
Nova Fronteira)
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