Era uma vez... 


@ O MANDARIM E O ALFAIATE

lualuaUm dia um homem recebeu a notícia de que acabara de ser nomeado mandarim (alto funcionário público na antiga China). Ficou tão eufórico que quase não se conteve.

- Serei um grande homem agora - disse a um amigo. - Preciso de roupas novas imediatamente, roupas que façam jus à minha nova posição na vida.
- Conheço o alfaiate perfeito para você - replicou o amigo. - É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o endereço.
E o novo mandarim foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse:
- Há mais uma informação que preciso ter. Há quanto tempo o senhor é mandarim?
- Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu manto? - perguntou o cliente surpreso.
- Não posso fazê-lo sem obter essa informação, senhor. É que um mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a parte de trás. Anos mais tarde, quando está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato, e ele olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então eu costuro o manto de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento. E mais tarde, depois que seu corpo está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o manto de forma que as costas fiquem mais longas que a frente.
"Portanto tenho que saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente apropriadamente.
O novo mandarim saiu da loja pensando menos no manto e mais no motivo que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate.


(Extraido do Livro das Virtudes de Willian J. Bennett - Editora Nova Fronteira)




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©1997-2002, Chave Mágica
by Leandro Amaral e Ricardo Namur
Ilustrações em aquarela: Sérgio Ramos